O absurdo camusiano em "O mito de Sísifo"

Autores

  • Danilo Rodrigues Pimenta Cuadernos Chileno de Historia de la Educación

DOI:

https://doi.org/10.35921/jangada.v1i12.159

Palavras-chave:

Homem, Mundo, Divórcio, Absurdo.

Resumo

RESUMO: Nos três ciclos do pensamento de Albert Camus, a saber, o lirismo, o absurdo e a revolta, a relação entre o homem e o mundo é explorada. Contudo, o objetivo deste texto é investigar essa relação no ciclo do absurdo, mais precisamente em O mito de Sísifo. Nessa direção, buscamos compreender como o franco-argelino descreveu em seu ensaio sobre o absurdo, a relação de divórcio entre o homem e o mundo, constatada pela sensibilidade e esclarecida pela razão, nomeada de sentimento do absurdo e noção do absurdo, respectivamente. Para isso, destacaremos o absurdo como o marco inicial, o equivalente, no plano da existência, à dúvida metódica cartesiana, ou seja, realçaremos o absurdo como o ponto de partida do pensamento camusiano. Além disso, realçaremos que o absurdo é a concepção metafísica do homem e que há um momento imprevisto em que ocorre o despertar da consciência da absurdidade da vida, e, desde então, a condição humana se reveste de uma nova visão e percebe que a existência não é harmônica. Enfim, destacaremos que, seja pela sensibilidade ou pela razão, chega-se à inadequação ontológica que há entre o homem e o mundo.

 

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Publicado

2018-12-21

Como Citar

Pimenta, D. R. (2018). O absurdo camusiano em "O mito de Sísifo". Jangada: Crítica | Literatura | Artes, 6(2), 52–67. https://doi.org/10.35921/jangada.v1i12.159