Mulherio da ousadia: a ressignificação de Capitu a partir das estratégias metaficcionais de Ana Maria Machado em "A audácia dessa mulher"
DOI:
https://doi.org/10.35921/jangada.v1i14.229Palavras-chave:
Personagem feminina, Ousadia, Metaficção, Ana Maria MachadoResumo
Ela tinha olhos de cigana, oblíqua e dissimulada. Assim era Capitu, descrita por Machado de Assis sob o olhar do menino Bentinho, em Dom Casmurro. Esta personagem é recriada por Ana Maria Machado, em A audácia dessa mulher (2011), obra publicada em homenagem ao centenário do clássico machadiano. A autora nos apresenta mulheres audaciosas, descontentes com o papel de subserviência que a tradição patriarcal insiste em lhes reservar. Sob o viés da crítica literária, as estratégias narrativas utilizadas pela autora em seu romance podem ser consideradas metaficcionais, uma vez que promovem uma autorreflexividade do texto, em que este se volta sobre si mesmo, contendo, em seu bojo, questionamentos ou comentários sobre o seu estatuto ficcional, narrativo, linguístico e também sobre o seu processo de produção. Tendo isso em vista, este trabalho busca averiguar de que maneira essas estratégias promovem a ressignificação da personagem Capitu na referida obra. Para tanto, utilizamos as contribuições teóricas de Linda Hutcheon (1991), Patrícia Waugh (1985), Zênia de Faria (2012), Gabriela Patrocinio (2014). Em nossa análise, podemos compreender melhor o papel que a personagem machadiana desempenhava no contexto do século XIX e de que maneira a autora do século XX resgata e ressignifica sua trajetória.
Referências
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