De uma literatura sobre a violência: um debate com a escritora Patrícia Melo
DOI:
https://doi.org/10.35921/jangada.v1i19.410Palavras-chave:
Literatura, autoras brasileiras, violência contra mulher, ficçãoResumo
Com 27 anos de carreira, Patrícia Melo é um dos nomes mais expressivos da ficção brasileira contemporânea. Seus mais de 10 livros, ainda que heterogêneos e plurais, convergem na temática: a violência. De fato, mesmo correndo o risco de simplificação, sua obra gira em torno de aspectos típicos da violência brasileira, em todas as suas faces: antissemitismo, machismo, misoginia, racismo, entre tantas outras formas. Patrícia imprime uma espécie de estética da violência, transpondo à ficção a brutalidade em seus amplos aspectos. Nesse debate, gravado no dia 14 de maio de 2020, pela plataforma Google Meet, a escritora falou sobre a violência brasileira em perspectiva ampla, mas se dedicando a dois de seus aspectos: o machismo e o antissemitismo, em dois de seus livros, Valsa negra (2003) e Mulheres empilhadas (2019). Em Valsa negra, Patrícia apresenta um maestro que, obsessivo com sua mulher, amalgama antissemitismo com machismo em uma violência que vai gradualmente ascendendo; já em Mulheres empilhadas, seu último livro e considerado pela autora como um “negativo” de Valsa negra, a violência contra a mulher assume tema central conforme uma advogada se embrenha no Acre para pesquisar sobre feminicídios.
Referências
"O matador", Patricia Melo. Rio de Janeiro: Ed. Rocco, 2009.
"Valsa Negra", Patricia Melo. Rio de Janeiro: Ed. Rocco, 2010.
"Ladrão de cadáveres", Patricia Melo. Rio de Janeiro: Ed. Rocco, 2010.
"Mulheres empilhadas", Patricia Melo. Amadora: Ed. Leya, 2019.