Memória, História e resistência no romance "Írisz: as orquídeas", de Noemi Jaffe

Autores

  • Gisele Novaes Frighetto UFSCar
  • Bruno Nunes da Silva UFSCar

DOI:

https://doi.org/10.35921/jangada.v1i19.416

Palavras-chave:

memória; História; resistência; Noemi Jaffe.

Resumo

Este artigo busca explorar e desenvolver relações entre memória, história e resistência no romance Írisz: as orquídeas, de Noemi Jaffe, publicado em 2015. Observamos como a narrativa realiza um resgate subjetivo de um evento histórico traumático por meio da representação literária e da linguagem poética, as quais tecem uma concepção não linear da História (BENJAMIN, 2019). Busca-se explorar a maneira com que o romance é capaz de vivificar a História (GINZBURG, 2001), implicar uma elaboração do trauma (SELIGMANN-SILVA, 2008), travar uma luta contra o esquecimento (GAGNEBIN, 2009) e, a partir disso, fazer com que subjetividades engolfadas pelas catástrofes emerjam e elaborem sentidos de resistência. Por fim, investiga como a literariedade da prosa de Noemi Jaffe exprime os conflitos culturais de desterritorialização (CANCLÍNI, 2015) de uma sobrevivente, ao mesmo tempo em que se coloca como representação e resistência contra a barbárie.

Biografia do Autor

Bruno Nunes da Silva, UFSCar

Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Estudos de Literatura da Universidade Federal de São Carlos (PPGLit/UFSCar).

Referências

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Publicado

2022-06-30

Como Citar

Frighetto, G. N., & Silva, B. N. da. (2022). Memória, História e resistência no romance "Írisz: as orquídeas", de Noemi Jaffe. Jangada: Crítica | Literatura | Artes, 10(1), 74–87. https://doi.org/10.35921/jangada.v1i19.416