Memória, História e resistência no romance "Írisz: as orquídeas", de Noemi Jaffe
DOI:
https://doi.org/10.35921/jangada.v1i19.416Palavras-chave:
memória; História; resistência; Noemi Jaffe.Resumo
Este artigo busca explorar e desenvolver relações entre memória, história e resistência no romance Írisz: as orquídeas, de Noemi Jaffe, publicado em 2015. Observamos como a narrativa realiza um resgate subjetivo de um evento histórico traumático por meio da representação literária e da linguagem poética, as quais tecem uma concepção não linear da História (BENJAMIN, 2019). Busca-se explorar a maneira com que o romance é capaz de vivificar a História (GINZBURG, 2001), implicar uma elaboração do trauma (SELIGMANN-SILVA, 2008), travar uma luta contra o esquecimento (GAGNEBIN, 2009) e, a partir disso, fazer com que subjetividades engolfadas pelas catástrofes emerjam e elaborem sentidos de resistência. Por fim, investiga como a literariedade da prosa de Noemi Jaffe exprime os conflitos culturais de desterritorialização (CANCLÍNI, 2015) de uma sobrevivente, ao mesmo tempo em que se coloca como representação e resistência contra a barbárie.
Referências
ADORNO, Theodor. A posição do narrador no romance contemporâneo. In: ______. Notas de literatura I. 2. ed. São Paulo: Editora 34: Duas Cidades, 2012. p. 55-63.
AGAMBEN, G. Estado de exceção. 2ª ed. São Paulo: Boitempo, 2004.
ARENDT, Hannah. As origens do totalitarismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.
ARISTÓTELES. Poética. In: ______. Os pensadores. São Paulo: Editora Nova Cultural, 1999.
BENJAMIN, Walter. O narrador. In: ______. Magia e técnica, arte e política: Ensaios sobre literatura e história da cultura. São Paulo: Brasiliense, 2012.
BENJAMIN, Walter. Sobre o conceito da história. In: ______. Magia e técnica, arte e política: Ensaios sobre literatura e história da cultura. São Paulo: Brasiliense, 2012.
CANCLINI, Néstor García. Culturas híbridas: estratégias para sair e entrar da modernidade. São Paulo: Edusp, 2015.
GAGNEBIN, Jeanne Marie. Lembrar escrever esquecer. São Paulo: Editora 34, 2009.
GINZBURG, Carlo. Olhos de madeira: Nove reflexões sobre a distância. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.
JAFFE, Noemi. Írisz: as orquídeas. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.
SELIGMANN-SILVA, Márcio. Narrar o trauma: A questão dos testemunhos de catástrofes históricas. Psicologia Clínica. Rio de Janeiro, Vol. 20, n. 1, 2008, p. 65-82
________. A história como trauma. In: NESTROVSKI, A.; SELIGMANN-SILVA, M. Catástrofe e representação: ensaios. São Paulo: Escuta, 2000, p. 73-96.