Reflexos da literatura picaresca na literatura de cordel: análise de 'Presepadas de Pedro Malazarte' e 'Proezas de João Grilo'

Autores

  • João Elias Cruz Neto Universidade Estadual de Feira de Santana

DOI:

https://doi.org/10.35921/jangada.v1i20.459

Palavras-chave:

literatura picaresca, cordeis, inflluência, protagonista anti-herói

Resumo

Entre os séculos XVI e XVII, na Espanha, surgiu uma nova forma narrativa que passou a trazer relatos de protagonistas marginalizados na luta pela sobrevivência e, posteriormente, foi denominada como romance picaresco. Um dos livros considerados o gérmen da literatura picaresca é Lazarillo de Tormes, de autoria desconhecida, lançado provavelmente entre 1552 e 1553. A partir do século XVII, vários livros surgiram em diversos países ao redor do mundo influenciados por essa nova forma narrativa. Neste artigo, vamos analisar os cordéis brasileiros Presepadas de Pedro Malazarte e Proezas de João Grilo, lançados no século XX, sob a perspectiva da literatura picaresca. Para isso, iremos relacionar teóricos que refletiram sobre o assunto, como Mario González, Francisco Topa e Antonio Candido, além de destacar a influência da literatura picaresca em alguns romances brasileiros e examinar detalhadamente os cordéis citados.

Referências

ANDRADE, Mário de. Introdução. In: Almeida, Manuel Antônio de Almeida. Memórias de um Sargento de Milícias. São Paulo: Livraria Martins, 1941.

BOTOSO, Altamir. A recriação do pícaro na literatura brasileira: o personagem malandro. In: Revista Letrônica, Porto Alegre, v. 4, n 1, 2011, p. 122-135.

________. Um estudo de três momentos da picaresca clássica espanhola. In: Revlet- Revista Virtual de Letras. V.2, n.1, 2010, p. 2-23.

CÂNDIDO, Antonio. Dialética da malandragem (Caracterização das “Memórias de um sargento de milícias”). In: Revista do Instituto de Estudos Brasileiros. N. 8. Universidade de São Paulo, 1970, p. 67-89.

CASCUDO. Dicionário do Folclore Brasileiro. Rio de Janeiro: Edusp, Ed. Itatiaia Ltda, 7ª

ed, 1988.

DIAS, Denise. O itinerário do narrador em Os velhos marinheiros ou o capitão-de-longo-curso de Jorge Amado. In: Revista A Cor das Letras, Feira de Santana, v. 23, n. 11, 2022, p. 111-125.

GONZÁLEZ, Mário M. O Romance Picaresco. São Paulo: Ática, 1988.

________. A saga do anti-herói: um estudo sobre o romance picaresco espanhol e algumas de suas correspondências na literatura brasileira. São Paulo: Nova Alexandria, 1994.

LIMA, João Ferreira de. Proezas de João Grilo. Editor-Proprietário João Martins de Athayde. Juazeiro do Norte: Urca, 2006.

MARAVALL, José Antonio. La literatura picaresca desde la historia social. Madrid: Taurus, 1986.

MINISTÉRIO DA CULTURA. Literatura de Cordel - Dossiê de Registro. Brasília, 2018. Disponível em: <http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/Dossie_Descritivo(1).pdf>. Acesso em: 27 jun 2022.

PALMA-FERREIRA, João. Do Pícaro na Literatura Portuguesa. Instituto de Cultura e Língua Portuguesa: Amadora, 1981.

VIZCAINO, Candela. Guzmán de Alfarache de Mateo Alemán, análisis y guía de lectura. Portal Candela Vizcaino, 08 abr 2021. Disponível em: <https://www.candelavizcaino.es/literatura/guzman-alfarache.html>. Acesso em: 28 jun 2022.

SILVA, João José da – editor proprietário. As Presepadas de Pedro Malazarte.

SOBRINHO, José Alves. Cantadores, repentistas e poetas populares. Campina Grande: Bagagem, 2003, p. 1.

TOPA, Francisco. A História de João Grilo – Do conto popular português ao cordel brasileiro. Disponível em: <https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/8851/2/73341.pdf>. Acesso em: 27 jun 2022.

Downloads

Publicado

2023-04-17

Como Citar

Cruz Neto, J. E. (2023). Reflexos da literatura picaresca na literatura de cordel: análise de ’Presepadas de Pedro Malazarte’ e ’Proezas de João Grilo’. Jangada: Crítica | Literatura | Artes, 10(2), 228–242. https://doi.org/10.35921/jangada.v1i20.459