Machado de Assis em duas perspectivas: Roberto Schwarz e Silviano Santiago

Autores

  • Thiago Bittencourt Universidade federal do paraná

DOI:

https://doi.org/10.35921/jangada.v12i1.543

Palavras-chave:

Roberto Schwarz, Silviano Santiago, Machado de Assis

Resumo

Nesse artigo analisamos as produções Ao vencedor as batatas e Fisiologia da composição, de Roberto Schwarz e Silviano Santiago, ambas dizem respeito à obra de Machado de Assis. Como objetivo propomos compreender quais as diferenças e perspectivas possíveis nas análises desenvolvidas pelos dois estudiosos em seus textos. No primeiro, Schwarz (1981) dedica-se ao estudo da produção machadiana da primeira fase, a partir do ponto de vista sociológico, pois inicialmente percebe que há influência europeia no romance brasileiro do século XIX, da qual Machado de Assis se aproveitaria. Logo, haveria nos romances do escritor do Cosme Velho um confronto entre forma literária e estrutura social, em que se verifica a disparidade de classes sociais na formação do Brasil, sobretudo pela relação do favor que permeia a sociedade. Já Santiago (2020), mais recentemente, demonstra interesse pela relação entre forma literária e grafia-de-vida, entre a escritura e a doença do autor carioca. Dessa forma, situa sua análise não na saída do túnel da criação, mas na entrada, na fisiologia da composição, ou seja, o escritor mineiro direciona suas hipóteses sobre a possível influência do corpo doente pela epilepsia de Machado de Assis na versatilidade de sua escrita literária.

Referências

ASSIS, Machado de. Helena. 4. ed. São Paulo: Editora FTD, 1997.

________. Iaiá Garcia. 6. ed. São Paulo: Editora FTD, 1989.

________. Memorial de Aires. 6. ed. São Paulo: Editora Ática, 2003.

________. Memórias póstumas de Brás Cubas. Porto Alegre: L&PM, 2016.

________. Ressurreição. 9. ed. São Paulo: Editora Ática, 1993.

AULETE, Caudas. Novíssimo Aulete: dicionário contemporâneo de língua portuguesa. Organizador Paulo Geiger. Rio de Janeiro: Lexikon, 2011.

BARTHES, Roland. O rumor da língua. 2. ed. Tradução de Mário Laranjeira. São Paulo: Martins Fontes, 2004.

BÍBLIA, N. T. Mateus. In: BÍBLIA. Português. Sagrada Bíblia Católica: Antigo e Novo Testamentos. Tradução da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Edições Loyola, 2002.

CANDIDO, A. Formação da literatura brasileira: momentos decisivos. 16. ed. São Paulo: FAPESP, 2017.

FOUCAULT, Michel. O que é um autor? In: FOUCAULT, Michel. MOTTA, Manoel B. da (Org.). Estética: literatura e pintura, música e cinema. Trad. de Inês Autran D. Barbosa. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense universitária, 2009.

JUNIOR, Peregrino. Doença e constituição de Machado de Assis. 2. ed. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1976.

SANTIAGO, Silviano. Fisiologia da composição: gênese da obra literária e criação em Graciliano Ramos e Machado de Assis. Recife: CEPE editora, 2020.

________. Grafias-de-vida: a morte. São Paulo: Companhia das Letras, 2023.

________. Vale quanto pesa: ensaios sobre questões político-sociais. Rio de Janeiro: Paz e terra, 1982.

SONTAG, Susan. Doença como metáfora/Aids e suas metáforas. Tradução de Rubens Figueiredo e Paulo Henriques Brito. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.

SCHWARZ, Roberto. Ao vencedor as batatas: forma literária e processo social nos inícios do romance brasileiro. São Paulo: Livraria Duas Cidades, 1981.

Downloads

Publicado

2024-05-23

Como Citar

Bittencourt, T. (2024). Machado de Assis em duas perspectivas: Roberto Schwarz e Silviano Santiago. Jangada: Crítica | Literatura | Artes, 12(1), e120102. https://doi.org/10.35921/jangada.v12i1.543