O xirê da leitura: mulheres negras grafando memórias em letras de poesia - como um espaço de fala, escuta e cura
DOI:
https://doi.org/10.35921/jangada.v2i15.244Palavras-chave:
Memórias, Museologia, Poetas Negras, Poesia, XirêResumo
Compreendendo a importância do tripé basilar da Universidade Pública Brasileira que é Ensino, Pesquisa e Extensão, neste artigo vamos falar do Projeto de Extensão Xirê da Leitura: Mulheres Negras Grafando memórias em Letras de Poesia, criado no âmbito do curso de Museologia da Universidade Federal do Pará (UFPA) em 2019 e desenvolvido em parceria com a Livraria Ifá – Casa do Saber, com o objetivo de criar um espaço de memória com leituras e debates das obras de poetas negras brasileiras e estrangeiras, numa perspectiva de possibilitar a descolonização do olhar, do ler e do escutar. É possível constatar que no contexto brasileiro a poesia, enquanto expressão artística ainda possui uma ínfima representação de poetas negras nos espaços oficializados de produção, distribuição e fruição da escrita literária. Raro, também, é compreender a poesia produzida por mulheres negras como um patrimônio do nosso tempo, assim como é incomum termos instituições museológicas dedicadas às memórias de poetas negras no Brasil. Acreditamos na importância de tecermos uma rede artística de poetas negras abertas ao diálogo e com o nosso protagonismo negro, uma vez que devido ao sexismo e ao racismo estrutural da sociedade brasileira, nós, mulheres negras ainda não estamos representadas e apresentadas dignamente na maioria dos espaços oficiais de enunciação das memórias na capital paraense e nem nos seletos setores da produção literária.
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