De Maria a Isabel, do silêncio ao grito: chega de machismo no cenário e nos versos do cordel

Autores

  • Daniela Souza Silva Universidade Federal da Bahia - UFB
  • Alvanita Almeida Santos Universidade Federal da Bahia - UFB

DOI:

https://doi.org/10.35921/jangada.v1i20.455

Palavras-chave:

Cordel, Gênero, Machismo, Vozes femininas

Resumo

Este artigo versa sobre a importância da luta das cordelistas pelo fim dos discursos e posturas machistas no cenário da literatura de cordel brasileira. Pretende-se situar sexo e gênero de forma a entender como todo corpo feminino é atravessado por essa construção social que define o que é ser e o que pode ou não uma mulher. Norteiam esta abordagem as propostas de outras práticas metodológicas para o estudo das poéticas orais/da voz (MATOS, 2018) e as reflexões que problematizam as relações de gênero, reformulando as concepções do feminismo ocidental branco (OYEWÙMÍ, 2021).  Forjada pela tradição oral, feita para ser cantada nas praças, nas feiras, a literatura de cordel brasileira era um campo majoritariamente masculino, fruto de um tempo em que a mulher não tinha direitos básicos como estudar e votar. Um corpo feminino produzindo e erguendo a voz pelas praças e feiras do país era algo inconcebível, talvez esse seja um dos motivos para o distanciamento das mulheres do cenário da literatura de cordel por muitos anos. Contudo, essa realidade vem mudando e muitas vozes femininas têm se erguido para dominar esse campo da literatura e gritar pelo fim do machismo nos versos e no cenário do cordel brasileiro.

Biografia do Autor

Daniela Souza Silva, Universidade Federal da Bahia - UFB

Mestranda em Teorias e Crítica da Literatura e da Cultura pelo Programa de Pós-Graduação em Literatura e Cultura da Universidade Federal da Bahia (PPGLitCult/UFBA) e Especialista em Estudos Linguísticos e Literários pela mesma instituição, graduada em Letras Vernáculas pela UCSAL e Pedagogia pela UNIT. Atua como professora de Língua Portuguesa na rede municipal de ensino dos Municípios de Mata de São João e Cruz das Almas, onde ministra aulas e desenvolve projetos de incentivo à leitura literária. Tem uma ampla experiência na Educação Básica da rede pública e privada de ensino. Interessa-se pelo Letramento Literário, Cultura popular e pela Literatura de Cordel. Adora brincar com as rimas,arriscando-se na escrita de cordéis.

Alvanita Almeida Santos, Universidade Federal da Bahia - UFB

Possui graduação em Letras Vernáculas pela Universidade Federal da Bahia (1990), mestrado em Letras e Lingüística pela Universidade Federal da Bahia (1999) e doutorado em Letras e Lingüística pela Universidade Federal da Bahia (2006). Durante o doutorado, desenvolveu atividades de bolsa sanduíche na Universidade de Poitiers (França), tornando-se membro do Centre de Recherche Latino-Americaine (Archivos), na MSH. Atualmente é professora da Universidade Federal da Bahia. Foi professora do Centro Federal de Educação Tecnológica da Bahia, atualmente IFBA. Desenvolve projeto de pesquisa sobre Literatura Popular, estudando as representações de mulheres em diferentes gêneros textuais populares; projeto de pesquisa sobre relações de gênero e literatura popular em textos orais populares e a apropriação de tais textos para outros sistemas semióticos. Atua ainda na pós-graduação profissional em Letras (PROFLETRAS), onde orienta trabalhos relacionados com o ensino de literatura. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Literatura Brasileira, atuando principalmente nos seguintes temas: literatura brasileira, mulher e literatura, cultura e linguagens, educação.

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Publicado

2023-04-17

Como Citar

Souza Silva, D., & Almeida Santos, A. (2023). De Maria a Isabel, do silêncio ao grito: chega de machismo no cenário e nos versos do cordel . Jangada: Crítica | Literatura | Artes, 10(2), 58–78. https://doi.org/10.35921/jangada.v1i20.455