Cantos de vida: teias de escrevivência na canção 'Maria da Vila Matilde', interpretada por Elza Soares
DOI:
https://doi.org/10.35921/jangada.v11i2.594Keywords:
Brazilian Popular Music, Literature, Writing, OraçityAbstract
O presente estudo analisa a letra da canção “Maria da Vila Matilde”, interpretada por Elza Soares, identificando e discutindo os elementos que refletem as realidades e desafios enfrentados pela comunidade negra brasileira. A ligação entre a análise narrativa da canção e o contexto histórico social é o conceito de escrevivência, introduzido por Conceição Evaristo, que aborda a expressão literária das experiências da negritude. Ao examinar a letra, são identificados elementos que refletem as vivências e as lutas da comunidade negra, evidenciando a conexão entre a arte e a realidade sociocultural. A análise destaca a capacidade da música de Elza Soares de transcender o mero entretenimento, oferecendo uma plataforma para expressão e a reflexão sobre questões de identidade e representatividade. Este estudo contribui para a compreensão mais profunda do papel da música como veículo de resistência e afirmação da cultura afro-brasileira, enriquecendo o diálogo sobre a interseção entre literatura, identidade, escrevivência e sociedade.
References
ADORNO, Theodor W. Teoria Estética. Tradução de Artur Morão. Lisboa: Edições 70, 1970.
ALVES, Giovanni. O golpe de 2016 no contexto da crise do capitalismo neoliberal. 08 jun. 2016. Disponível em:https://blogdaboitempo.com.br/2016/06/08/o-golpe-de-2016-no-contexto-da-crise-do-capitalismo-neoliberal/ . Acesso em: 30.03.2024.
ANDERSON, P. Crise brasileira. São Paulo: Boitempo, 2016.
CARVALHO, L. Valsa brasileira: do boom ao caos econômico. São Paulo: Todavia, 2018.
AVES, Santuza Cambraia. Música popular e moderna poesia brasileira. Belo Horizonte: UFMG, 2000.
EVARISTO, Conceição. Olhos D’água. Rio de Janeiro: Pallas, 2014.
________. Insubmissas Lágrimas de Mulheres. Rio de Janeiro: Malê, 2016.
________. Histórias de leves enganos e parecenças. Rio de Janeiro: Malê, 2017.
________. Becos da Memória. Rio de Janeiro: Pallas, 2019.
________. Ponciá Vicêncio. Rio de Janeiro, Pallas, 2019.
________. Da grafia-desenho de minha mãe, um dos lugares de nascimento de minha escrita. In. DUARTE, C. L. & NUNES, I. R. (Org.). Escrevivência a escrita de nós: reflexões sobre a obra de Conceição Evaristo. Rio de Janeiro: Mina Comunicação e Arte, 2020ª, p. 48-57.
________. A escrevivência e seus subtextos. In. DUARTE, C. L. & NUNES, I. R. (Org.). Escrevivência a escrita de nós: reflexões sobre a obra de Conceição Evaristo. Rio de Janeiro. Mina Comunicação e Arte, 2020b, p. 26-47.
CONCEIÇÃO EVARISTO | Escrevivência [Vídeo] Youtube. https://www.youtube.com/watch?v=QXopKuvxevY. Recuperado em 04 de janeiro de 2022.
FRAGA, A. Depois da tempestade. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2017.
FOUCAULT, Michel. Microfísica do Poder. Editora Graal, 1979.
GREENWALD, G. A máquina de poder. Rio de Janeiro: Mórula, 2019.
MIGUEL, Luis Felipe. O colapso da democracia no Brasil: da Constituição ao golpe de 2016. São Paulo: Fundação Rosa Luxemburgo/Expressão Popular, 2019.
REUTER, Y. Análise do romance, 1996.
RODA VIVA. Roda Viva – Elza Soares. [São Paulo]: Roda Viva, 2012. 1 vídeo (1h). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=8ko447IATMk&t=547s. Acesso em: 30 mar. 2024.
SANTOS, T. C. P. (2022). A Escrevivência como Lituraterra. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Minas Gerais, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Belo Horizonte, MG.
SOARES, Elza. A mulher do fim do mundo. São Paulo: Circus, 2015. CD.
VIANNA, Hermano. O mistério do samba. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1995.
WILLIAMS, Raymond. Marxism and Literature. Oxford: Oxford University Press, 1977.
WAISELFISZ, J. J. Mapa da Violência 2015: Homicídio de mulheres no Brasil. Brasília: OPAS-OMS/ONU Mulheres/SPM, 2015.