A representação do feminino pelo flâneur em “Mulheres”, de Marcelo Gama
DOI:
https://doi.org/10.35921/jangada.v1i12.184Palabras clave:
Marcelo Gama, Simbolismo, flâneur, mulher, arquétiposResumen
O presente ensaio tem por objetivo discutir o poema “Mulheres”, do poeta gaúcho Marcelo Gama, publicado em 1913 no Rio de Janeiro, na revista Fon-Fon!. O poema apresenta aspectos da flaneurie, em que o sujeito circula pela Avenida como curioso observador crítico das pessoas que ali se movimentam. Ao mesmo tempo, a representação das mulheres passantes que são analisadas pelo sujeito-lírico desvelam não só aspectos simbólicos da urbanidade - e sua oposição com a província -, através das referências metafóricas, mas também transfiguram os principais arquétipos femininos da época: a mulher como madona, sedutora, ou musa. Consideramos que o encerramento do poema pode representar o sentimento nostálgico legítimo do poeta, ou, ainda, consistir em ironia acerca da dificuldade humana em adaptar-se às modificações dos novos tempos e das novas mulheres por ele analisadas.
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