A fabricação do gênero: o corpo transexual em ‘A paixão da Nova Era' e 'A pele que habito'

Autores

  • Renato Gama de Lima
  • Gracia Regina Gonçalves

DOI:

https://doi.org/10.35921/jangada.v0i1.11

Palavras-chave:

Subjetividade, Gênero, Biopolítica

Resumo

Este ensaio tem como objeto de análise as relações de gênero presentes no romance A paixão da Nova Eva (1977), da escritora inglesa Angela Carter, em diálogo com o filme A pele que habito (2011), do cineasta espanhol Pedro Almodóvar. Nas obras em questão, referenciaremos atenção especial às personagens Evelyn, no romance, e Vicente, no filme, que passam por um processo transexualizador que inclui, além da mutilação fisica de seus corpos masculinos, uma posterior tentativa de internalização das suas novas condições de „mulher?. Nas duas obras, há um processo de aculturação e socialização do que se concebe como constituinte do „ser mulher?, levando a cabo a icônica frase de Beauvoir: “Não se nasce mulher, torna-se”. Nesse sentido, tanto o texto literário quanto o filme incorporariam a sexualidade como um dispositivo, marcado pelo caráter performativo das identidades de gênero e pelo alcance subversivo das performances e das sexualidades fora das normas de gênero pré-estabelecidas. Além disso, torna-se evidente uma concepção do corpo como núcleo do biopoder, “fabricado” por tecnologias precisas. Notamos, nas duas alegorias em análise, uma ilustração das identidades de gênero enquanto constructo social e cultural presentes nas postulações de Foucault (2004), Louro (2005), Butler (2003) e Lauretis (1994).

PALAVRAS-CHAVE: Subjetividade; Gênero; Biopolítica.

Referências

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Publicado

2018-03-30

Como Citar

de Lima, R. G., & Gonçalves, G. R. (2018). A fabricação do gênero: o corpo transexual em ‘A paixão da Nova Era’ e ’A pele que habito’. Jangada: Crítica | Literatura | Artes, 1(1), 16–26. https://doi.org/10.35921/jangada.v0i1.11

Edição

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