Aspectos da pedagogia modernista de Mário de Andrade na correspondência com a vanguarda argentina

Autores

  • Erorci Ferreira Santana Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)

DOI:

https://doi.org/10.35921/jangada.v1i19.352

Palavras-chave:

Mário de Andrade, Epistolografia, Circulação cultural , Pedagogia modernista, Intercâmbio poético

Resumo

O multifário escritor Mário de Andrade produziu, ao longo de sua vida literária, uma correspondência ativa monumental, dirigida a correspondentes intra e além-fronteiras brasileiras. Essa epistolografia, na qual o correspondente declara como modus operandi o “orgulho de jamais aconselhar”, insere-se como ferramenta de dupla valia. Tanto serve ao projeto de construção crítica da escrita modernista, por meio de um necessário intercâmbio de ideias, quanto à defesa pedagógica de suas bases estéticas demolitórias e antropofágicas, diferenciadas do cânon literário de matriz europeia. Neste ensaio, comento a circulação de ideias sobre a arte poética entre modernistas brasileiros e vanguardistas hispano-americanos e, nesta esteira, destaco por amostragem e analiso, em seu contexto de produção e fundamentos pedagógico-doutrinários, o ethos discursivo de uma pequena parcela do acervo epistolográfico integrado pelas cartas do poeta paulista e de seus interlocutores, a saber: a correspondência com o escritor argentino Luis Emilio Soto, trocada na década de 30 do século passado.

Referências

ANDRADE, Mário de. “A escrava que não é Isaura”. In: Obra imatura. São Paulo: Círculo do Livro, s.d.

ANDRADE, Mário de. “Prefácio interessantíssimo”. In: Pauliceia desvairada a Café (Poesias completas). São Paulo: Martins, 1972.

ANTELO, Raúl. Na Ilha de Marapatá (Mário de Andrade lê os hispano-americanos). Brasília: Hucitec/INL/Fundação Nacional Pró-memória, 1986.

ARTUNDO, Patrícia Maria. Correspondência Mário de Andrade & escritores/artistas argentinos (Organização, introdução e notas: Patrícia Artundo. Trad.: Gênese Andrade). São Paulo: Edusp, 2004.

BAKHTIN, Mikhail. Problemas da Poética de Dostoiévski. Tradução: Paulo Bezerra. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2015.

CANDIDO, Antonio. Mário de Andrade. Revista do Arquivo Municipal. São Paulo, v. CVI, n. 106, p. 69, jan.-fev. 1946. (Edição fac-similar. Departamento do Patrimônio Histórico, São Paulo, 198, 1990).

DIAZ, Brigitte. O gênero epistolar ou o pensamento nômade – Formas e funções da correspondência em alguns percursos de escritores no século XIX (Trad. Brigitte Hervot, Sandra Ferreira). São Paulo: Edusp, 2016.

DUARTE, Paulo. Mário de Andrade por ele mesmo. São Paulo: Hucitec/Secretaria Municipal de Cultura, PMSP, 1985.

HAROCHE-BOUZINAC, Geneviève. Escritas epistolares. Tradução Ligia Fonseca Ferreira. São Paulo: Edusp, 2016.

MONEGAL, Emir. R. Mário de Andrade/Borges – Um diálogo dos anos 20. São Paulo: Perspectiva, 1978.

MORAIS, Marcos Antonio de. Epistolografia e projeto nacionalista em Mário de Andrade. In: Revista Gragoatá. Niterói, n. 15, 2003, p. 55-67.

MORAES, Marcos Antonio de. Orgulho de jamais aconselhar – A epistolografia de Mário de Andrade. São Paulo: Edusp, 2007.

NEVES, Angela das. Monteiro Lobato e a Literatura Hispano-americana. Jornal O Lince. Aparecida, SP. Disponível em <http://www.jornalolince.com.br/2011/arquivos/letras-monteirolobatoliteraturahispanoamericana-edicao040.pdf>. Acesso em 14, agosto, 21.

Downloads

Publicado

2022-06-30

Como Citar

Ferreira Santana, E. (2022). Aspectos da pedagogia modernista de Mário de Andrade na correspondência com a vanguarda argentina. Jangada: Crítica | Literatura | Artes, 10(1), 109–129. https://doi.org/10.35921/jangada.v1i19.352