Cartografia dos folhetos e suas ilustrações: histórias na encruzilhada do tempo
DOI:
https://doi.org/10.35921/jangada.v1i20.472Palavras-chave:
Folhetos de Cordel, Xilogravura, Poeta PopularResumo
Livros impressos em verso; leituras que seduzem, encantam, sensibilizam e educam. Literatura que percorreu praças e mercados, declamada por poetas e seus admiradores. Os folhetos de cordéis têm muito a nos contar; suas páginas narram um Brasil que se deixou representar por histórias fantásticas de reis, rainhas, política e economia. Inseridos em uma economia escriturística, esses impressos dialogam com múltiplos deslocamentos, entre o oral e o escrito, entre o tempo e a narrativa. Pensar nos folhetos é ir muito além dessa descrição, é conhecer um suporte documental, seus fios e cartografia, que transita na encruzilhada do tempo. Nesse sentido, suas capas e suas ilustrações permitem percorrer um campo visual marcado de códigos, símbolos e especificações materiais. Para entender esse percurso investigativo, dividimos a análise em dois momentos: o folheto enquanto escrita e o folheto na dimensão visual de sua capa.
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