Cartografia dos folhetos e suas ilustrações: histórias na encruzilhada do tempo

Autores/as

  • Geovanni Gomes Cabral Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará - Unifesspa

DOI:

https://doi.org/10.35921/jangada.v1i20.472

Palabras clave:

Folhetos de Cordel, Xilogravura, Poeta Popular

Resumen

Livros impressos em verso; leituras que seduzem, encantam, sensibilizam e educam. Literatura que percorreu praças e mercados, declamada por poetas e seus admiradores. Os folhetos de cordéis têm muito a nos contar; suas páginas narram um Brasil que se deixou representar por histórias fantásticas de reis, rainhas, política e economia. Inseridos em uma economia escriturística, esses impressos dialogam com múltiplos deslocamentos, entre o oral e o escrito, entre o tempo e a narrativa. Pensar nos folhetos é ir muito além dessa descrição, é conhecer um suporte documental, seus fios e cartografia, que transita na encruzilhada do tempo. Nesse sentido, suas capas e suas ilustrações permitem percorrer um campo visual marcado de códigos, símbolos e especificações materiais. Para entender esse percurso investigativo, dividimos a análise em dois momentos: o folheto enquanto escrita e o folheto na dimensão visual de sua capa.

Citas

ABREU, M. Histórias de cordéis e folhetos. Campinas, SP: Mercado de Letras: Associação de Leitura do Brasil, 1999.

ALVES SOBRINHO, J. Cantadores, repentistas e poetas populares. Campina Grande: Bagagem, 2003.

CABRAL, G. G. As representações de poder no corpus de folhetos de 1945 a 1954: leituras da “Era Vargas”. Dissertação de Mestrado/UFPE, 2008.

CABRAL, G. G. Trajetórias biográficas e literatura: histórias do poeta José Costa Leite. In: CAVALCANTI, Erinaldo/ CABRAL, G. G. (org.). A história e suas práticas de escrita: relatos de pesquisa. E. Universitária da UFPE, 2013.

CABRAL, G. G. Histórias e práticas culturais do poeta José Costa Leite. 1ed. Curitiba: Appris, 2019.

CASCUDO, L. C. Cinco Livros do Povo. João Pessoa: Editora Universitária/UFPB, 1994.

CASCUDO, L. C. Literatura Oral no Brasil. 2. Ed., São Paulo: Global, 2006.

CARVALHO, Gilmar de. Xilogravura: os percursos da criação popular. In: Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, São Paulo, 1985.

CERTEAU, M. A invenção do cotidiano: artes de fazer. Tradução de Ephraim Ferreira Alves. Petrópolis: RJ: Vozes, 1994.

CERTEAU, M. A operação historiográfica. In: CERTEAU, Michel de. A escrita da história. Tradução de Maria de Lourdes Menezes. 3 ed. Rio de Janeiro: Forense, 2011.

COSTELLA, A. F. Breve História Ilustrada da Xilogravura. Campo do Jordão: Mantiqueira 2003.

CURRAN, M. História do Brasil em cordel. São Paulo: Edusp, 1998.

DIÉGUES, JÚNIOR, M. et al. Ciclos Temáticos na Literatura de Cordel. In: Literatura Popular em versos: estudos. Belo Horizonte; Itatiaia; São Paulo: Edusp; Rio de Janeiro, 1977.

GRÉLIER, R. As crostas do Sol. Trad. Martine Kunz e Teresa Maria Frota Bezerra. Indez / Massangana, 1995.

GUILLEN, I. C. M. et al. Mercado de São José: memória e história. Recife: IPHAN/ FADURPE, 2010.

GRILLO, M. A. F. A arte do povo: Histórias na literatura de cordel (1900-1940). Jundiaí: Paco Editorial, 2015.

EITE, J. C. As origens do cordel. Editora Coqueiro: Recife, 2004.

LEITE, J. C. Entrevista concedida a Geovanni Cabral, Condado, PE, 25/06/20111.

LUYTEN, J. M. A notícia na literatura de cordel. São Paulo: Estação Liberdade, 1992.

LUYTEN, J. M. O que é literatura popular. São Paulo: Brasiliense, 1983.

MARQUES, F.C; RODRIGUES, I. S. O. Da praça ao palanque: denúncia e crítica social na poesia popular de Leandro Gomes de Barros e Patativa do Assaré. São Paulo: Humanitas, 2021.

MARQUES, F. C. Um pau com formigas ou O mundo às avessas: a sátira na Poesia Popular de Leandro Gomes de Barros. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2014.

MAXADO, F. O que é literatura de cordel? Rio de Janeiro: Codecri, 1980.

MAXADO, F. Cordel: xilogravura e ilustrações. Rio de Janeiro; Codecri, 1982.

MAXADO, F. O que é cordel na literatura popular. Rio Grande do Norte: Queima Bucha, 2012.

ELO NETO, J. C. Entrevista para Vida artística e literária. Lisboa: 16 de junho de 1966, apud MEYER, Marlyse. De Carlos Magno e outras histórias: cristãos e mouros no Brasil. Natal: UFRN. Ed. Universitária: CCHLA, Col. Humanas Letras, 1995, p. 62.

OPES, J. R. (org.) Literatura de cordel. Antologia. Fortaleza: BNB, 1982.

RICOEUR, P. A memória, a história, o esquecimento. Tradução de Alain François et al. Campinas, SP: Ed. da Unicamp, 2007.

RICOEUR, Paul. Tempo e narrativa. São Paulo: Editora Martins Fontes, 2010. 2 t.

SILVA, M. R. J. Borges entre folhetos e xilogravuras: escrita e visualidade na década de 1970. In: CAVALCANTI, E.; CABRAL, G. (org.). A história e suas práticas de escrita: relatos de pesquisa. E. Universitária da UFPE, 2013.

SILVA, M. R. Histórias escritas na madeira: J. Borges entre folhetos e xilogravuras na década de 1970. Tese (Doutorado em História). Universidade Federal de Pernambuco, CFCH. Programa de Pós-graduação em História, 2015.

SIQUEIRA, L. Apontamentos para uma história crítica do cordel brasileiro. Rio de Janeiro: Edições Adaga, São Paulo: Editora Luzeiro, 2012.

SOUZA, L. M. Classificação popular da literatura de cordel. 2ed. Recife: Cepe, 2013.

SOUZA, L. M. O folheto popular: sua capa e seus ilustradores. Recife: Massangana, 1981.

SOUZA, L. M. O Mercado, sua praça e a cultura popular do Nordeste homenagem ao Centenário do Mercado de São José 1875-1975. Recife: Prefeitura Municipal do Recife, 1977.

TEMÓTEO, J. A xilogravura de Walderêdo Gonçalves no contexto da cultura popular do Cariri. João Pessoa, 2002.

TERRA, R. L. Memórias de Luta: primórdios da literatura de folhetos do Nordeste (1893-1930). São Paulo: Global, 1983.

VIDAL-NAQUET, P. O mundo de Homero. Tradução de Jônatas Batista Neto. São Paulo: Companhia das letras, 2002.

Publicado

2023-04-17

Cómo citar

Gomes Cabral, G. (2023). Cartografia dos folhetos e suas ilustrações: histórias na encruzilhada do tempo. Jangada crítica | Literatura | Artes, 10(2), 79–100. https://doi.org/10.35921/jangada.v1i20.472

Artículos más leídos del mismo autor/a