Cordel: oralidade e escrita em fluxo
DOI :
https://doi.org/10.35921/jangada.v1i20.470Mots-clés :
Folheto de cordel, Oralidade, Escrita, DecolonialidadeRésumé
O texto apresenta uma reflexão sobre os efeitos de um padrão teórico-crítico dicotômico a atuar nos estudos do cordel no Brasil. De acordo com esse modelo, a originalidade e autenticidade dessa poética devem-se ao seu pertencimento unilateral à tradição oral ou à cultura escrita e suas tecnologias de impressão, sem tensionar as linhas de força que atravessam a coexistência oral/escrito, com suas complexas temporalidades. A pesquisa de abordagem qualitativa, delineada como estudo bibliográfico, orienta-se por uma perspectiva teórico-metodológica de inspiração decolonial, aproximando-se de autores, como Santos (2007), Quijano (2005) e Mignolo (2003, 2008). Visualiza-se, portanto, abordagens que problematizam um padrão interpretativo excludente e constroem significações mais holísticas ao considerarem o cordel em suas teias culturais. Destaco essa dimensão nos trabalhos de Francisca Pereira dos Santos, pesquisadora que apresenta uma compreensão das dinâmicas organizacionais e dos elementos constitutivos do cordel, acionando reflexões teóricas produzidas por mulheres cordelistas. Pretendo com essa escrita conectar-me ao esforço de pesquisadores que assumem uma postura dialógica com os/as poetas e o risco de produzirem uma escrita com esses textos e não apenas sobre eles.
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